FUNCHAL: 32º38'N 16º58'W - 23ª TEMPORADA
Ricardo Figueira (blog @ ricardofigueira.com)
domingo, agosto 10, 2025
A321
domingo, julho 27, 2025
E AGORA VOU-ME EMBORA PARA ANGOLA...
(Lisboa) Nos anos 80 do século passado ouvia muito um disco de vinil: a história do macaco com o rabo cortado. Lá em casa tínhamos um velho gira-discos, sem tampa, já com sinais do tempo. Era sempre o meu pai que colocava os discos, com um cuidado preciso, quase solene, como se fosse uma operação técnica delicada.
domingo, julho 13, 2025
A321 NEO
(Lisboa) Hoje publico pela primeira vez aqui no blogue uma foto de um Airbus A321neo long range da TAP Air Portugal, é o CS-TXJ, batizado com o nome Bartolomeu de Gusmão, uma das figuras mais curiosas da história da ciência e da aviação, conhecido por idealizar a “Passarola”, uma das primeiras propostas de voo mais leve que o ar.
A TAP utiliza os seus A321neo em rotas de médio e longo curso, sendo esta uma das vantagens deste modelo: autonomia suficiente para cruzar o Atlântico, para voos como Lisboa–Toronto ou Lisboa–Belém, usado também em rotas europeias.
O CS-TXJ entrou na frota da TAP em abril de 2022, de acordo com o sítio airfleets.net. Nesta imagem preparava-se para aterrar no Aeroporto Humberto Delgado.
sábado, julho 05, 2025
CADERNETA DE CROMOS
(Lisboa) Há ideias que nascem de perguntas simples. Esta surgiu-me depois de algumas sessões de spotting, daquelas em que o céu se transforma num palco de surpresas. Gosto de saber o que vem mas às vezes, muitas vezes, gosto da surpresa. Ver surgir vindo não sei de onde um A320 com pintura de décadas antigas, um 737 com uma cauda invulgar com a figura de um pintor ou um artista conhecido, um Embraer com nome da minha terra. Todos diferentes, todos únicos. Os aviões são mesmo todos diferentes. E então pensei: e se existisse um álbum de cromos com aviões? Na verdade eu não sei se existe, se calhar existe. Nunca vi essas cadernetas a serem distribuídas à porta da escola dos meus filhos, ou expostas no supermercado. Uma caderneta onde estivessem, por exemplo, todos os aviões da TAP, os novos, os antigos, todos, desde o arranque da companhia, há dezenas de anos atrás. Estarão esses aviões todos fotografados? Mesmo os mais antigos?
A aviação não é feita de repetições. Por muito que vejamos o mesmo avião todos os dias, há sempre um detalhe que o distingue, a matrícula que também muda se mudar de dono, o nome, o esquema de pintura, a companhia, a história por trás, os seus últimos destinos, para onde vai a seguir. Uns são estrelas internacionais, outros figuras quase anónimas a cruzar o céu. Mas todos têm direito ao seu lugar na coleção.
Foi a minha primeira coleção a sério. E como em todas as coleções, havia sempre os repetidos que se vão acumulando. Fiquei com uma caixa cheia de cromos que nunca consegui trocar. Nem sequer sei se alguma vez consegui trocar algum, não me lembro, acho que nenhum colega meu fazia coleção, aquela coleção. Lembro-me até de alguns números que vinham vezes sem conta. Era quase frustrante, ter muitos de uns e nada de outros, mas ao mesmo tempo fazia parte do jogo. A magia estava lá: abrir o pacotinho, a expectativa de encontrar o que ainda não tinha, a alegria de colar um novo cromo no lugar certo.
A minha mãe, que me dava o dinheiro para comprar esses pacotes, achava aquilo um desperdício, nunca me disse isso mas eu sabia que ela achava isso. Nunca percebeu muito bem o fascínio. E eu também não sabia explicar. Só sabia que aquilo me fazia feliz, preencher a caderneta, ambicionar pelos que faltam que ficavam cada dia mais valiosos.
Hoje, quando compro cromos para os meus filhos, sejam de futebol, ou de outro tema percebo tudo. Percebo que não é só colar autocolantes. É criar memórias. É aprender nomes, geografia, histórias. É fazer parte de algo maior. E sim, é uma lição de persistência, de troca, de frustração e recompensa.
Na altura não havia redes sociais, nem grupos de trocas no Facebook como há agora. Muito mais fácil completar as coleções hoje em dia do que no final dos anos 80 do século XX. Trocar cromos era uma arte presencial, quase tribal. Acontecia no recreio da escola, com os colegas, e pouco mais. O que se conseguia, conseguia-se ali. E talvez por isso, cada cromo colado tinha valor.
domingo, junho 29, 2025
SE O AVIÃO PUDESSE FALAR
Mas se eu pudesse falar, tinha tanta coisa para contar…
Levo centenas de pessoas no meu interior, famílias, executivos, crianças a caminho das férias, casais em lua-de-mel, turistas curiosos, quem parte de vez e quem só vai por uns dias. Durante algumas horas, todos eles ficam juntos, lado a lado, partilhando silêncios, conversas tímidas, sorrisos, olhares pela janela ou, às vezes, uma lágrima. Eu vejo tudo.
Já ouvi declarações de amor sussurradas no banco do meio. Já vi mãos dadas no meio de uma turbulência, amizades a nascer entre desconhecidos e despedidas silenciosas no embarque. Já ouvi choro de crianças e gargalhadas de quem se reencontra no portão de chegada. Transporto emoções, muito mais pesadas do que as malas no porão.
Por fora, pareço apenas um tubo de metal com asas. Mas por dentro, sou palco de histórias. Cada voo é um novo capítulo de um livro que ainda não terminei de escrever.
Levo todos em segurança, confiante nos meus motores, nos meus sensores e, acima de tudo, na tripulação que me conhece como ninguém. Somos uma equipa. Todos os dias, descolo sem saber o que me espera, mas com a certeza de que, no final, terei cumprido o meu destino.
E quando aterro suavemente, com aquele som de pneus a beijar o asfalto e os passageiros a aplaudir (sim, isso ainda acontece), penso: mais uma missão cumprida. Mais uma história vivida. Mais um céu que atravessei.
Se eu, avião, pudesse falar, talvez não parasse mais.
Mas por agora, sigo em silêncio, vou preparar-me para nova viagem, até ao próximo voo.
quinta-feira, junho 19, 2025
BRUSSELS AIRLINES E A MATRÍCULA
terça-feira, junho 10, 2025
BOEING 787
(Lisboa) O Boeing 787-8 Dreamliner (de matrícula N802AN), fotografado aqui em LPPT, voou pela primeira vez em fevereiro de 2015. Com janelas maiores do que a concorrência a Boeing dispensou o uso de cortinas, sendo a luminosidade que atravessa a janela controlada eletronicamente.
Parece que, para além do passageiro, a luminosidade pode ser controlada pela tripulação. É uma característica que não me agrada muito esta da luminosidade poder ser controlada pela tripulação.
sábado, junho 07, 2025
A330 900NEO
(Lisboa) Este é um dos Airbus A330 900neo da TAP. Lindo como todos os outros, confesso que são os meus favoritos, os A330. Tem o nome de Nuno Gonçalves (e matrícula CS-TUC) em homenagem ao pintor português do sec. XV. Foi o terceiro A330 900neo a chegar à companhia portuguesa e o primeiro a aterrar nos EUA.
sábado, maio 31, 2025
EM DIRETO DOS AEROPORTOS
(Lisboa) Há muitos YouTubers que fazem transmissões ao vivo diretamente dos aeroportos, mostrando movimentos, aterragens e descolagens dos aviões. Esse nicho é conhecido como plane spotting (observação de aviões), muitos desses canais conseguem atrair grandes audiências. Aqui está uma explicação clara do que eles ganham com isso e qual é o possível rendimento.
O que os YouTubers ganham com transmissões plane spotting
- Rendimento com anúncios (AdSense):
O YouTube paga aos criadores uma parte da receita gerada por anúncios mostrados nos vídeos publicitários, durantes as transmissões em direto. Existem referenciais a circular por aí em relação a rendimentos mínimos por visualizações mas esta receita pode variar dependendo da localização do público e do envolvimento do mesmo.
- Super Chats e Super Stickers (durante as transmissões em direto):
Os fãs do canal podem enviar dinheiro durante a transmissão como forma de apoio.
- Membros do canal (Clubes de Assinatura):
Os seguidores mais fiéis pagam mensalmente para ter acesso a benefícios exclusivos, como emojis personalizados e transmissões exclusivas.
- Patrocínios:
Empresas podem patrocinar o canal.
- Venda de produtos (o chamado merchandising):
Alguns criadores de conteúdos vendem camisetas, bonés, canecas e outros produtos relacionados à aviação e com a marca do canal.
Este é um tema que tem captado a minha atenção nos últimos tempos. Na imagem um A321 da TAP, com matrícula CS-TJN com o nome de Nadir Afonso. Nunca tinha publicado a imagem deste avião aqui no blogue.
sexta-feira, abril 11, 2025
TENERIFE
(São Paulo) A ilha de Tenerife, nas Canárias, Espanha. É bem visível o Teide (o vulcão). Atrás de Tenerife, a ilha de La Gomera. Imagem captada a 36 000 pés, cerca de 11 000 metros de altura.